quarta-feira, 4 de julho de 2012

Intenção de compra de imóveis diminui, revela pesquisa

Porcentual de consumidores que desejam adquirir imóvel de médio ou alto padrão em São Paulo nos próximos dois anos atingiu 27% no fim do primeiro trimestre

Divulgação: Garapuvu Imóveis Especiais
Consultor vê desaceleração generalizada no mercado imobiliário de médio e alto padrão

A disposição dos consumidores em comprar um imóvel vem caindo lentamente no País desde 2010, motivada principalmente pela apreensão e saída de investidores desse mercado. O diagnóstico faz parte de um levantamento inédito realizado pela empresa de pesquisa imobiliária Datastore e obtido com exclusividade pela Agência Estado.
De acordo com a pesquisa, o porcentual de consumidores com intenção de comprar um imóvel de médio ou alto padrão em São Paulo nos próximos dois anos atingiu 27% no fim do primeiro trimestre. Esse dado representa um recuo de 4 pontos porcentuais desde o fim de 2010, quando o mercado viveu o ápice de vendas. Em outras cidades cobertas pela pesquisa (Porto Alegre, Brasília, Campinas (SP), Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís e Campo Grande), a baixa média foi de 3 a 5 pontos porcentuais no mesmo período.
O recuo também é verificado nas intenções de compra para os próximos 12 meses, que indicam uma tendência mais forte para o fechamento dos negócios. Hoje, o patamar em São Paulo é de 53%, um recuo de 23 pontos porcentuais ante os 76% verificados no fim de 2010.
O levantamento foi feito a partir de 70 mil entrevistas de campo realizados pela Datastore com clientes aptos financeiramente a adquirir os imóveis lançados por mais de cem incorporadoras em cada uma dessas cidades. Em São Paulo, foram considerados potenciais clientes com renda familiar de pelo menos R$ 8 mil mensais. Já em mercados como Campinas e Recife, os entrevistados tinham orçamento familiar mínimo de R$ 4 mil e R$ 3,5 mil, respectivamente.
O recuo nas intenções de compra é explicado pela menor participação dos investidores nesse mercado, segundo Marcus Araújo, presidente da Datastore. "Muita gente já comprou seus imóveis para investimentos, e a demanda desse público diminuiu", explicou. Além disso, o noticiário sobre a crise internacional e a preocupação com possíveis influências sobre o mercado brasileiro sustentou um quadro de apreensão entre os investidores de imóveis do País nos últimos anos, acrescentou Araújo.
A pesquisa mostra que, hoje, 39% das compras de imóveis de médio e alto padrão em São Paulo são efetuadas por pessoas com o objetivo de gerar renda com aluguéis ou obter lucro na revenda futura. No fim de 2010, esse número era de 46%. A consequência disso é uma desaceleração generalizada no mercado imobiliário, uma vez que os investidores são indutores de compras, segundo Araújo.
"Os investidores são compradores mais qualificados, porque têm dinheiro na mão para aplicar e tomam decisões rápidas. Assim, eles funcionam como uma locomotiva, puxando o restante do mercado", disse. "Quando compram em massa, criam uma sensação de escassez para os demais consumidores. Se deixam de comprar, ocorre o contrário. É uma cadeia psicológica forte."
A queda nas intenções de compra, segundo o especialista, se reflete no menor ritmo de alta no preço dos imóveis, no menor número de pessoas nos estandes de vendas e no maior esforço das incorporadoras para vender seus empreendimentos. "As empresas não podem perder os clientes de vista. Cultivar o contato após a visita dos clientes aos estandes será fundamental para fechar os negócios", observou.
Para os próximos meses, Araújo acredita que o ciclo de redução das taxas de juros e aumento do prazo para financiamento imobiliário podem impulsionar a demanda, principalmente entre os consumidores que procuram imóveis com o objetivo de moradia. Por outro lado, pondera, o cenário mais provável é a continuação da queda nas intenções de compra. "Ainda vai faltar a presença do investidor", disse.

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